Deputado croata compara<br>NATO à Alemanha nazi
Ivan Pernar, deputado do partido Zivi Zid no parlamento da Croácia, deu uma verdadeira «pedrada no charco» ao acusar a NATO e o governo dos EUA de serem os principais cúmplices dos radicais islâmicos.
Em declarações citadas pela RIA Novosti, inicialmente na sua página em inglês, a 18 de Outubro, o jovem deputado, em começo do seu segundo mandato, criticou ainda a União Europeia, notando que desde a adesão a Croácia «não apenas não acedeu a um novo mercado, como também perdeu o seu próprio». E apontou o «nervosismo» de Bruxelas quando confrontada por pessoas que questionam «os contos de fadas dos burocratas sobre uma vida melhor na União Europeia e sobre a chamada paz e estabilidade assegurada pela NATO».
Na realidade, «a NATO representa o oposto», afirmou. «A Aliança Atlântica violou e espezinhou a liberdade e a soberania dos estados, e em vez de defender a democracia, derrubou governos legítimos com a ajuda de bombardeamentos».
A NATO «representa uma ameaça» ao mundo inteiro, «tal como o foi a Alemanha de Hitler», disse ainda Pernar, realçando o papel da Rússia na arena internacional. «Se não fosse a Rússia, ninguém a enfrentaria. Os Estados Unidos poderiam bombardear e destruir qualquer país que se recusasse a servir os seus interesses».
Na sua opinião, os croatas já compreenderam que a NATO apenas causa «danos», dando como exemplo a crise dos refugiados. «A vaga de refugiados com que temos de lidar é uma consequência directa das actividades de Washington através do mundo. Primeiro os EUA provocam o caos e depois fazem-se desentendidos, dizendo que cada um tem de resolver a situação por si próprio».
Ao contrário, o deputado considerou que a actuação da Rússia se distingue pelo respeito do direito internacional, referindo em concreto a operação na Síria. «A operação da Rússia na Síria baseia-se no direito internacional. Moscovo foi convidada pelo governo legítimo da Síria. Ao mesmo tempo, a intervenção de Washington, como todas as suas operações, não tem uma base legal».
«Foi por isso que os EUA se opuseram ao Tribunal Penal Internacional de Haia: ninguém pode levar a julgamento presidentes e generais norte-americanos. Os Estados Unidos não os punem e ninguém é capaz ou se atreve a fazê-lo», observou.
Actualmente com 31 anos, Ivan Pernar tornou-se conhecido como organizador das manifestações de Fevereiro de 2011, que levaram à demissão do governo croata, da primeira-ministra conservadora Jadranka Kosor.
Na sequência das manifestações, formou a Aliança para a Mudança, que mais tarde se transformou no partido Zivi Zid («Muro Vivo»), pelo qual foi reeleito deputado nas legislativas de Setembro último.